Para os iniciantes, ou mesmo para quem tenha apenas curiosidade, segue texto sobre a evolução do dinheiro e a criação do Bitcoin. O "Surgimento do Bitcoin" é o primeiro de dez tópicos introdutórios ao Bitcoin disponíveis no site do Coin Coin (
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Boa leitura
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http://www.coincoin.com.br/#!surgimento/c1l0r1. Surgimento do BitcoinNa era da internet, o envio de cartas foi substituído pelo e-mail, a pesquisa em bibliotecas foi posta em desuso pelo Google e os CDs ficaram praticamente obsoletos após o legado deixado pelo Napster. Então porque não possuímos um dinheiro mais prático e sem tantas taxas associadas a ele para ser utilizado em compras na Internet (ou mesmo em lojas físicas)?
Na verdade, desde 2009, quando um gênio (ou grupo de gênios) criou o Bitcoin, passamos a dispor de um dinheiro da internet, que vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo.Contudo, antes de explicar como surgiu o Bitcoin (sua sigla é BTC), vamos primeiro relembrar, em linhas gerais, porque precisamos de um instrumento como o dinheiro e quais são suas principais características.
A evolução do dinheiroImagine a situação em que Pedro, o pedreiro, precisa comprar pão no armazém de Armando para alimentar sua família. Em uma sociedade primitiva, na qual não existia o dinheiro como hoje o conhecemos, os dois teriam que acordar a troca de produtos e serviços para satisfazerem suas necessidades pessoais e de suas famílias. Nesse cenário, depois de negociarem diretamente o valor que o serviço prestado por Pedro ou produto fornecido por Armando teriam, poderiam acordar, por exemplo, que Pedro consertaria todo o teto do armazém de Armando em troca do fornecimento de seis meses de pão para alimentar sua família.
Essa negociação se tornaria difícil, no entanto, em uma situação em que os serviços prestados por Pedro não fossem úteis à outra pessoa. Se seu filho ficasse doente e ele precisasse de um médico, por exemplo, e esse médico não estivesse precisando de nenhum serviço que poderia ser prestado por um pedreiro naquele momento, a negociação poderia ser complicada para Pedro e seu filho poderia ficar sem os cuidados médicos necessários.
Com esse exemplo fica fácil entender a importância de existir uma “coisa” que seja aceita por médicos, pedreiros, comerciantes, enfim, por todos, como meio de pagamento pelos serviços prestados ou pelos produtos vendidos. Assim, essa “coisa”, que hoje chamamos de dinheiro, surgiu como forma de facilitar as trocas entre as pessoas.
Duas outras funções para o dinheiro se desenvolveram como consequência de sua aceitação como meio de troca. Passou a ser comum a sua utilização para fixar preço para os produtos e serviços (função chamada de unidade de conta) e o acúmulo de riqueza por meio da sua guarda (função chamada de reserva de valor).
No início, mercadorias como o ouro e a prata eram utilizadas como dinheiro em razão de possuírem características como durabilidade, escassez, divisibilidade (podem ser divididas em pedaços cada vez menores) e fungibilidade. Algo é dito fungível quando pode ser trocado por outro bem da mesma espécie sem prejuízo para qualquer das partes envolvidas na troca, pois eles têm o mesmo valor. Por exemplo, quem empresta uma nota de R$10 para outra pessoa não faz questão de receber de volta exatamente a mesma nota que emprestou, já que qualquer nota de R$10 que receber como pagamento terá o mesmo valor.
Contudo, com o passar do tempo, o uso de tais mercadorias diretamente como dinheiro tornou-se pouco prático e custoso, surgindo então a figura dos bancos e mais tarde dos bancos centrais.
Essas instituições passaram a guardar o ouro e a prata para as pessoas, emitindo certificados atestando que o detentor daquele documento teria o direito de resgatar determinada quantidade do metal precioso guardado no banco. Esses certificados de depósito, também chamados de cédulas, passaram então a ser usados como dinheiro, resultando em algo mais próximo do que hoje conhecemos.
Atualmente, nosso dinheiro não é nem mesmo garantido por reservas de ouro ou de prata depositadas nos banco centrais. Ao invés disso, os bancos centrais garantem diretamente o valor do nosso dinheiro para ser usado como meio de troca ou reserva de valor, por exemplo.
Fica fácil então perceber que houve uma evolução na forma como as pessoas trocam bens e serviços. Da troca direta de serviço por produto entre Pedro e Armando até chegarmos ao cenário atual, em que o valor do dinheiro é garantido unicamente pelos bancos centrais ligados aos governos dos países ou de blocos econômicos, como ocorre na União Europeia, as formas de dinheiro tiveram que evoluir para acompanhar as necessidades das pessoas.
A criação do BitcoinNas últimas décadas, a evolução dos meios de transporte tem possibilitado que mais pessoas viajem para outros países, que na maioria das vezes utilizam uma moeda diferente daquela do seu país de origem. Com exceção do Dólar (e do Euro, talvez), não há outras opções de moedas com boa aceitação em vários países. Além disso, a conversão entre moedas convencionais implica no pagamento de taxas aos intermediários da transação, tornando-a custosa.
Do mesmo modo, o progresso dos meios de comunicação, sobretudo após o surgimento da internet, facilitou a compra de produtos e serviços ou a transferência de dinheiro à distância. Essas ações, no entanto, não são viáveis de serem feitas utilizando-se dinheiro em espécie diretamente, havendo a demanda por um meio digital de pagamento ou de transferência, que são administrados por empresas que também cobram altas taxas de transação. Vale ressaltar que essas taxas chegam até mesmo a inviabilizar transações com valores pequenos.
Diante desse cenário, em janeiro de 2009, uma pessoa (ou grupo de pessoas, não se sabe) usando o codinome de Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin, dinheiro digital que dispensa a participação de uma terceira parte no pagamento por um produto ou serviço ou na transferência de recursos, diminuindo muito ou mesmo zerando as taxas da transação.
Com o Bitcoin, já é possível, por exemplo, enviar dinheiro para alguém que está no Japão sem pagar nada por essa transação, ou então comprar um fone de ouvido ou um automóvel pela internet ou mesmo numa loja de rua sem a intervenção de um banco ou de qualquer outro intermediário, coisas impensáveis até o seu surgimento.
E criar uma conta Bitcoin e realizar transferências ou pagamentos por meio dela é tão fácil e prático quanto criar uma conta de e-mail e enviar uma mensagem para seu amigo.