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Topic: Lava-Jato: Crime busca nova fronteira para lavar dinheiro (Read 361 times)

newbie
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Daqui a pouco quem vai sofrer as consequências somos nós, pobres mortais.
newbie
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inb4 Zcash, Monero pump LOL
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então as crypto com a tecnologia mais aperfeiçoada de stealth podem vir a ter um pump be jeitoso nos próximos tempos.
full member
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Isso já era visto que iria acontecer, se muitas coisas ilegais são feitas com as cryptomoedas, isso só vai ser mais uma delas, infelizmente elas acabam facilitando a lavagem de dinheiro.
sr. member
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Eu acho que isso mostra que o pessoal esta tentando ignorar as cryptomoedas como se elas nao fossem nada, agora com essa noticia, que eu acho que ja era de se esperar que acontecesse, as pessoas vao comecar a pesquisar mais sobre, mesmo que isso manche o nome das cryptos, isso ainda vai ajudar muito na divulgação delas.
hero member
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https://oglobo.globo.com/brasil/lava-jato-crime-busca-nova-fronteira-para-lavar-dinheiro-21949615

RIO — Mais de três anos de Operação Lava-Jato, o aperfeiçoamento de legislações internacionais de combate a crimes financeiros e a maior colaboração de países considerados "paraísos fiscais" estão levando a novos métodos criminosos para driblar a Justiça. Enquanto sistemas bancários de países tradicionalmente seguros são evitados e a forma prosaica de guardar dinheiro em espécie recupera adeptos dispostos a fugir do rastreamento, autoridades do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério da Justiça alertam para o que consideram as novas estratégias do crime — a busca por países que até recentemente não eram usados para a lavagem de dinheiro e a aplicação de novos mecanismos, como o uso de dinheiro virtual, as criptomoedas.

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Ao mesmo tempo, os caminhos no exterior da lavagem de dinheiro se transformam à medida que as investigações no Brasil avançam. Uma conjunção de fatores explica o novo mapa da lavagem de ativos. O principal deles é o aumento do número de países e jurisdições que, apertados pelo rigor de órgãos internacionais no combate ao financiamento do terrorismo, se colocam dispostos a colaborar com autoridades de outras nações. Outro fator é uma consequência da profusão de delações premiadas, fonte de grande parte das descobertas da Lava-Jato. Municiados por delatores, investigadores brasileiros têm mais informação na hora de solicitar a cooperação de outro país para rastrear dinheiro desviado em casos de corrupção.

A consequência é a pulverização dos recursos escondidos pelos países, o que, por sua vez, leva à ampliação das fronteiras da cooperação internacional com o Brasil. Na Operação Banestado, realizada durante a década passada, o Brasil fechou acordos de cooperação com seis países — e mais de 80% dos pedidos foram com os Estados Unidos. Na Lava-Jato, cujas investigações começaram em 2014, esta rede se ampliou para 49 países e jurisdições.

De acordo com investigadores, a expansão no número de cooperações internacionais deixa explícita a busca de criminosos por bancos de países em que o Brasil possui mais dificuldade para se aproximar.

‘Na Lava-Jato, nos deparamos com organizações criminosas escondendo dinheiro em novas praças, como o sudeste asiático’
- VLADIMIR ARAS
Ex-chefe da Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República
— Na Lava-Jato, nos deparamos com organizações criminosas escondendo dinheiro em novas praças, como o sudeste asiático. Alguns países, como Cingapura, Hong Kong, em que a cooperação é mais difícil, seja pela barreira da língua, pela ausência de tratado com o Brasil, pela legislação local ou ainda pela falta de contato entre autoridades daqui e de lá, essa relação de confiança e credibilidade faz muita diferença — explica Vladimir Aras, que até setembro chefiava a Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR).

65 PAÍSES NA LISTA DE PARAÍSOS FISCAIS

A Suíça é um caso clássico desta mudança de perfil. De tradicional porto seguro para esconder recursos, tornou-se uma “praça colaborativa”, no dizer do Ministério Público Federal (MPF). Na Lava-Jato, as autoridades suíças já vasculharam mais de mil contas correntes a pedido dos investigadores brasileiros. Em 2014, ainda no primeiro ano da Lava-Jato, a Suíça foi excluída pela Receita Federal da lista oficial de países e jurisdições considerados paraísos fiscais pelo Brasil — um rol que atualmente tem 65 integrantes e cujos critérios básicos são ter tributação de renda inferior a 20% e não permitir acesso a informações sobre a composição societária de empresas ali instaladas.

— Com o avanço das investigações, detectamos que o Renato Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobras) tirou todo o dinheiro dele da Suíça e levou para contas em Mônaco — lembra o procurador Paulo Roberto Galvão, da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, exemplificando o movimento de retirada de dinheiro da Suíça, que teve outros adeptos entre os investigados na operação.

Incluída na lista de paraísos fiscais para o governo brasileiro, a ilha caribenha de Antígua e Barbuda chegou a surpreender a força-tarefa da Lava-Jato no Rio. Procuradores esperavam dificuldades, mas estabeleceram uma cooperação decisiva para confirmar a propriedade da conta e a transferência de dinheiro do empresário Arthur Soares, dono do Grupo Facility conhecido como “Rei Arthur”, a Lamine Diack. A movimentação financeira serviu como base da Operação Unfair Play, que investiga compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI) para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016. A operação levou à prisão o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman.

Quem tem a função de seguir o dinheiro avalia que a fuga dos canais tradicionais de ocultação de recursos se dará por métodos mais sofisticados, como as moedas virtuais.

‘Muitos paraísos fiscais passaram a colaborar mais, abrindo dados. O cerco aperta e (criminosos) buscam outras formas. E as forças de Estado têm de tentar se antecipar’
- TÁCIO MUZZI
Diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional, do Ministério da Justiça
As criptomoedas — a mais difundida mundialmente é o bitcoin — têm cotação como outra moeda qualquer: é possível comprar bitcoins com real ou dólar, por exemplo, e ganhar dinheiro revendendo quando a cotação aumentar. Além disso, há lojas virtuais que aceitam criptomoedas na venda de produtos. A grande vantagem para quem tem dinheiro a esconder é que a rede funciona fora do sistema bancário e do controle de qualquer país, o que garante uma eficácia maior a quem tem o objetivo de esconder o verdadeiro dono do patrimônio. Autoridades brasileiras já investigam casos de ocultação de recursos por este método, embora ainda não haja uma comprovação.

— Muitos paraísos fiscais passaram a colaborar mais, abrindo dados. O cerco aperta e (criminosos) buscam outras formas. E as forças de Estado têm de tentar se antecipar. Atualmente, sabemos que este é um método procurado, é um debate mundial. Temos indícios de uso aqui no Brasil. A proteção ao real dono do dinheiro é ainda maior mesmo em comparação com paraísos fiscais, e, até por ser à margem de qualquer sistema bancário ou de países, não há fiscalização sobre uso do dinheiro para atividades ilícitas — explica Tácio Muzzi, diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça (MJ).

— Quem lava dinheiro está sempre um passo à frente, e está é a próxima direção para onde temos de caminhar — resume o procurador Galvão.

Por outro lado, o avanço das investigações também reabilitará sistemas antigos.

— O dinheiro vivo é mais difícil de rastrear. Está claro que há um receio com o sistema bancário, há uma nova realidade, e dezenas de milhões escondidos num apartamento como no caso ligado ao (ex-ministro) Geddel (Vieira Lima) parece um sintoma claro disso. Também estamos vendo obras de arte, barras de ouro e outras modalidades de lavagem — completa Vladimir Aras.


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