Abaixo transcrevo alguns números que explicam a formação da bolha brasileira.
Aqueles que se opõem a esses dados, por favor, façam o favor e destruir banco de dados do Banco Central.
Os dados abaixo representam o valor financiado (por bancos públicos e privados brasileiros) para todas as unidades habitacionais.
MM / AA / Total Unidades / Crédito Total / valor unitário médio
Junho/12 - 408.522 - R$ 69,780,000,000.00 - R$ 170,810.00
junho/11 - 452.761 - R$ 66,320,000,000.00 - R$ 146,484.00
junho/10 - 353.313 - R$ 43,380,000,000.00 - R$ 119,939.00
Junho/09 - 289.351 - R$ 29,830,000,000.00 - R$ 103,092.00
junho/08 - 240.418 - R$ 23,397,000,000.00 - R$ 97,322.00
junho/07 - 140.820 - R$ 11,770,000,000.00 - R$ 83,588.00
junho/06 - 85.212 - R$ 6,680,000,000.00 - R$ 78,392.00
Junho/05 - 50.760 - R$ 3,637,000,000.00 - R$ 71,650.00
junho/04 - 48.434 - R$ 2,615,000,000.00 - R$ 53,990.00
junho/03 - 31.220 - R$ 1,792,000,000.00 - R$ 57,399.00
Junho/02 - 29.897 - R$ 1.731.000,000,00 - R$ 57,898.00
Junho/01 - 38.977 - R$ 1,955,000,000.00 - R$ 50,157.00
Os economistas do IPEA: "bolha de propriedades do Brasil vai estourar quando as taxas de juros subirem" e "é tudo culpa do governo"
Um estudo realizado por dois economistas do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo brasileiro (acredite ou não), sugere que há "provas concretas da existência de uma bolha imobiliária no Brasil", que pode estourar com um potencial aumento nas taxas de juros.
Segundo os autores, Mario Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida, os altos preços de casas, terrenos e apartamentos nos últimos anos resultam de valores irreais e insustentáveis. Eles estimam que os preços, entre janeiro de 2008 e fevereiro 2012, aumentaram 165% no Rio de Janeiro e 132% em São Paulo, em comparação com uma taxa de inflação de 25% no período.
Aqui está como eles definem o seu estudo: "Este artigo verifica a ocorrência de uma bolha imobiliária na economia brasileira. No geral, nossos resultados sugerem a existência de uma bolha no setor imobiliário da economia. A Escola Austríaca de Economia fornece uma explicação sólida para este fenômeno [viva nóis!!!!!!!], reforçadas por meio de técnicas estatísticas, sugerindo que o governo federal equivocou-se na política fiscal e monetária, principais responsáveis pela criação deste problema".
Eis a conclusão final (o estudo completo para download abaixo): "Este estudo empregou várias metodologias, tanto microeconômicas como macroeconômicas para verificar a possibilidade de uma bolha no mercado imobiliário brasileiro. No geral, os resultados apontam para a existência concreta de uma bolha imobiliária no Brasil.
Objetivamente, nosso estudo fornece uma base teórica sólida para explicar por que o governo federal, por meio de suas políticas fiscais e de estímulo de crédito, é o principal responsável pelo surgimento desta bolha. A insistência do governo em estimular ainda mais o mercado imobiliário já aquecido só vai fazer o resultado ainda pior.
Também se deve notar que a maioria dos contratos de hipotecas no Brasil é feito com taxa de juros flutuante. Além disso, como resultado dos estudos econométricos sugerem, o mercado de habitação é sensível e responde negativamente a aumentos nas taxas de juros. Em outras palavras, o aumento nas taxas de juros pode trazer problemas significativos para o mercado imobiliário. Por uma questão de fato, isto é precisamente o que causou a implosão da bolha imobiliária dos EUA em 2007-2008. É claro que as atuais políticas fiscal e monetária implementadas pelo governo brasileiro são inflacionárias. Tais políticas conduzirão inevitavelmente à inflação e ao aumento do custo de vida no Brasil. Taxas de juros globais estão em níveis mínimos recordes, o que significa que, mais cedo ou mais tarde, subirão. Quando acontecer, o Brasil também será obrigado a aumentar a sua taxa de juros doméstica. Só então, os verdadeiros custos associados com os impostos correntes e políticas monetárias expansionistas implementadas pelo governo brasileiro aparecerão.
Naturalmente, ninguém acredita que a crise no mercado imobiliário brasileiro vai ter efeitos catastróficos, como foi o caso nos EUA e alguns países europeus, porque a oferta de crédito no Brasil ainda é restrita. No entanto, os efeitos da explosão da bolha não serão desprezáveis. Quando o governo brasileiro aumentar as taxas de juros, haverá efeito direto sobre o mercado imobiliário. Em seguida, será a vez do Brasil para lidar com uma crise criada exclusivamente pela má gestão das políticas monetária e fiscal do governo brasileiro. Não foi o mercado quem criou a crise, mas o próprio governo brasileiro.
Finalmente, quando um desastre ocorrer, o governo vai procurar o culpado. Ele vai culpar a todos, exceto à sua falta de responsabilidade fiscal e monetária. O Brasil deveria ter tomado seu bom momento na economia mundial para fazer os ajustes necessários que o país necessita. No entanto, o tempo está passando e a oportunidade está sendo desperdiçada. Quando a crise surgir, o governo vai dar uma resposta errada, muito provavelmente aumentando gastos ainda mais, pela criação de uma política fiscal mais expansionista, e facilitando o crédito ainda mais. E essas medidas farão da crise ainda mais duradoura e profunda.
Quando várias pessoas estão erradas por um longo tempo e em magnitude significativa, há um preço que precisa ser pago. A interferência do governo só prolonga e aumenta este custo. Não corrige o erro: só transfere os custos do setor, que cometeu o erro, para o resto da economia. A "bolha" no mercado imobiliário brasileiro está sendo criada e sustentada pelo governo. Quando "explodir", o governo vai propor uma correção, de forma errada, a uma crise que ele próprio criou".