Para o fim da reportagem ainda mostram o gajo e os amigos a preparar uma equipe para participarem no Rali Dakar. Não sei onde vão buscar o dinheiro, nem sei se realmente conseguem facturar o suficiente para tudo o que foi mostrado, mas mesmo que consigam facturar, não acredito que seja por muito tempo.
Eu nem fui ver o site. Fiquei logo muito desconfiado pelos números apresentados. Depois há também um dos amigos dele que diz ser grego. Não me pareceu nada um grego a falar inglês. Pareceu-me mais um russo a falar inglês!
Como curioso que sou pedi alguns esclarecimentos sobre a reportagem da TVI sobre cryptos. Não vou obviamente colocar toda a comunicação com a jornalista, mas deixo aqui a parte correspondente às minhas perguntas e às respostas que obtive que considero serem de interesse público.
As minhas questões:
Embora não tenha provas concretas anexadas à minha mensagem anterior, gostaria de destacar alguns pontos que podem ser investigados:
O domínio da empresa dbl.pt foi registado apenas este ano. (
https://www.pt.pt/pt/ferramentas/whois/detalhes/?site=dbl&tld=.pt)
Os lucros alegados de 18 mil euros por segundo são impossíveis e exorbitantes. Esses números representariam cerca de 567 mil milhões de euros por ano, mais do que os lucros da Apple, Google, Microsoft, Amazon, Tesla, Nvidia, Intel, Netflix e Disney COMBINADOS e aproximadamente o dobro do PIB português. Essa discrepância levanta suspeitas e sugere a necessidade de uma análise mais aprofundada da veracidade das afirmações feitas na reportagem.
O volume de transações de cryptomoedas é superior a 1 trilião de dólares podia, portanto a afirmação do CEO de que tem de ter cuidado para que o seu software não “gaste a liquidez do mercado" é simplesmente descabida, sem nenhum sentido e mostrando apenas ignorância.
A empresa possui apenas 6 avaliações no Trustpilot, todas publicadas no mesmo dia, 13 de junho. Esse padrão suspeito pode indicar a possibilidade de avaliações falsas ou manipulação da reputação.
Não existem informações disponíveis na internet sobre a empresa mencionada pelo autor que supostamente vale mil milhões de euros. A falta de informações ou presença online levanta dúvidas acerca da legitimidade e existência real dessa empresa.
Ao contrário do que o entrevistado disse, o negócio dos bancos não consiste em emprestar dinheiro a empresa de investimentos que garantam um retorno de 40%. A actividade dos bancos é a concessão de crédito, não em especulação financeira, os bancos estão legalmente limitados com que podem fazer com os depósitos dos clientes.
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A resposta da jornalista:
Mas espero que tenha realmente visto a reportagem:
18.000 euros por segundo, numa transação. É disto que se fala.
A empresa faz três a quatro operações por dia, se o mercado tiver suficiente volatilidade.
Há dias em que nem chega a operar.
Quando o faz, consegue isso em duas ou três operações.
Compreendo que não encontre os dados que procura. O sistema é descentralizado, a empresa não é aberta ao público em geral.
Como pode colocar na mesma lista a Nvidia (é só um dos exemplos) quando se fala de um sistema descentralizado? É o mesmo que colocarmos também a VISA. Não faz sentido. A dbl não concorre com as empresas que refere. Não se compara o incomparável.
Voltando à dbl, não aceitam qualquer investidor, muito menos portugueses, que por um lado escasseiam, por outro, não passam em todas as diligências necessárias.
A base é no Dubai.
Em Portugal há dificuldade em definir jurisdição – informação avançada pelo Banco de Portugal, solicitada por mim, muito antes da emissão da reportagem.
Já agora, não se indigna com a posição da Banca (não só nos Estados Unidos, também em Portugal) quando descaradamente investe nestas empresas do mundo da Crypto? Tem ideia do lucro alcançado pelos Bancos? E sabe quanto pagam aos clientes?
Fica-se com a sensação que as pessoas estão habituadas a ser deliberadamente enganadas por estas instituições, que também não escapam a grandes falências, com consequências absurdas. Aliás, são essas falhas na banca tradicional que vão favorecendo a bitcoin. Não, os bancos não estão limitados com o que podem fazer com o depósito dos clientes. Legalmente podem estar, na prática, não. Tente saber mais sobre esse universo oculto. Escapam-lhe detalhes importantes e vejo como ignora este ponto.
Perguntava eu, onde e como estão os lesados do BES e dos restantes? A dbl não tem lesados e atraiu milhares de investidores. Se falarmos do futuro, se dissermos que ‘poderão existir lesados’, talvez tenhamos de contemplar todas as firmas. Curiosidade: é permitido e normal criar-se uma moeda em Portugal? Averigue e veja como isso acontece no digital e no nosso país. Muitas dessas pessoas (com base em Portugal) até conseguem a proeza de estarem ligadas ao Bison Bank. Acredito que saiba do que falo. Aqui, a matéria (e há muito mais) não lhe interessa?
Repare que está tudo na reportagem: os perigos, as perdas, (veja-se a FTX, à qual também faço referência), a manipulação do mercado, o explicar ao público que tenha cuidado e invista apenas dinheiro que não fará falta, uma vez que não há garantias de nada, além de todas as outras advertências.
Quanto à trust pilot, não foi criada pela db, esta empresa não tem controlo sobre isso, mas está solicitado um esclarecimento sobre os reviews, muito antes de o senhor os ter mencionado.
Espero que venha a confirmar-se eventual sabotagem e “fake reviews”, desde que a reportagem passou. É fácil provar.
Aproveito para sublinhar que tenho consciência de que se trata de um mercado altamente competitivo, mas as guerras entre quem está nesse universo, ou seja, a gestão de egos, nada disso é da minha responsabilidade.