Topic: Real World Assets: colaterais, NFTs e empréstimos lastreados em operações reais (Read 76 times)

Falando em real world assets como colateral, olha só isso.

Uma propriedade listada no airbnb foi (supostamente) listada como colateral no pedido de um empréstimo com USDC pela chain da Polygon. Só que dei uma procurada e não achei como isso funciona. Parece mais que apenas listaram o emprestimo com o link da página da propriedade no airbnb e só...

https://twitter.com/useteller/status/1575161441753059333
https://app.teller.org/polygon/market/3

Ficam as dúvidas:

1. Como garantir que quem listou o pedido de empréstimo realmente tem poder sobre a casa?
2. Como garantir a liquidação do colateral (casa) para quem emprestou?

Perguntaram isso lá no tweet e não tiveram resposta, mas achei o caso curioso: https://twitter.com/happybdayall/status/1575182808141602816

Nesse sentido, teria de existir permanentemente uma entidade reguladora/mediadora do processo que só entraria em ação quando ocorre-se um incumprimento.

Uma espécie de seguro, que quando se faz o investimento, parte do valor reverte para essa entidade. Se tudo correr bem, essa entidade devolve parte parte do valor que recebeu para o tomador do empréstimo.

Imaginemos que o agricultor precisa de 10k, ao recorrer a esta plataforma pede 15k, visto que 5k é para pagar ao regulador. Se no final do prazo, devolver os 15k aos financiadores, o regulador devolve 2,5k ao agricultor, como premio de tudo ter corrido bem. Se não for devolvido o dinheiro dentro do prazo, o regulador já tem um fundo para avançar com o processo judicial.

Fazia sentido isto?

Acho que sim!!!

Inclusive essa semana teve uma notícia sobre o Mercado Bitcoin ter sido intimado pela CVM para explicar investimentos de ‘renda fixa’ que estão sendo ofertados em quatro categorias de tokens de renda fixa: Consórcios, Energia, Precatórios e Recebíveis.

''À CVM, o MB terá que informar o valor captado com esses investimentos de renda fixa desde janeiro de 2020. Além disso, terá que enviar uma relação de todos os seus clientes que adquiriram Tokens de Renda Fixa Digital e informar de que modo os investidores fizeram os aportes. Por fim, a exchange, que pertence ao grupo 2TM, terá que informar se pretende manter a oferta desses produtos.''

ainda volto aqui para comentar com mais calma
meio correndo agora

maaaas
esse exemplo do Joker não é exatamente o problema do Howey test que enquadra alguns tipos de investimentos como securities nos Estados Unidos?

É exatamente isso Joker. Então, tem vários pós e contras né.

Os pós basicamente são, que quem pega o emprestimo tem flexibilidade (ele que define os termos) e tem acesso a financiamento, que talvez não teria no sistema de créditos tradicionais, enquanto que quem pega emprestado, tem um forma - teorica pelo menos- de realmente ter um rendimento descorrelacionado do setor cripto e que funcionaria mesmo no bear market.

Mas em termos de contra, tem exatamente isso que tu comentou, ja que parte da operação é off-chain e em caso de inadimplincencia, o contrato n pode executar a ordem, tem o problema da galera poder fraudar facilmente a contabilidade também. Acho que ai, teria que infelizmente recorrer a justiça tradicional.

Existem vários critérios que são necessários para que um financiameno desse seja aceito. Se ao 'cadastrar-se' a empresa assume responsabilidade via contrato, acho que teria como processá-la sem problemas. Mas por exemplo, uma das que estao no centrifugue é a flowcarbon, que é uma empresa que nasceu beeem digital, mesmo que sua operacao tnha questoes reais. Nao pagar seria um golpe que colocaria o negocio dela em risco.

A ideia seria:
- Eu tenho um terreno e quero cultivar batatas, mas preciso de dinheiro para plantar, cuidar e colher.
- Então pego num protocolo RWA, em busca de financiamento.
- Os interessados vão comprado partes desse NFT, e com esse dinheiro eu avanço com agricultura.
- Depois vendo as batatas, e uso o dinheiro que ganhei da venda, para pagar aos compradores do NFT.
Era esta a sua ideia?

Não é mau pensado.
Mas agora pergunto: que garantida os credores tem, que eu tenho realmente o terreno e vou plantar? Ou que depois de vender, vou pagar aos credores?

Gente, ontem eu achei um artigo INCRIVEL sobre  ''Real World Assets (RWA)''.

Eu não tinha ideia de que isso já estava rolando. Mas quando fui ler sobre o maior caso de uso hoje do RWA, achei incrível!!!

Vou deixar a tradução da parte que achei mais legai aqui para conversarmos:


Entendemos RWA como qualquer ativo incluído em um balanço patrimonial que possa ser usado como garantia, permitindo que os credores obtenham exposição a rendimentos do mundo real de qualquer tipo.
[...]

A dívida lastreada pela garantia geralmente é convertida em um NFT dividido em um certo número de tokens que representarão a participação dos credores, que trocarão esse token por stablecoins que acabarão nas mãos do mutuário.

Dessa forma, o empréstimo entre ambas as partes se torna efetivo. Todos os tokens disponíveis, bem como a liquidez operacional, são agrupados em um pool de dívida que funciona como um pool de liquidez e é gerenciado pelo emissor (o mutuário). Os swaps acionados pelos credores acontecem dentro desse pool.

Os credores normalmente podem escolher entre comprar dois tipos de token, a tranche sênior ou a júnior. Essa categorização é comum nos mercados de dívida. As tranches juniores têm o maior risco (são as últimas a serem pagas, portanto, geralmente recebem um rendimento mais alto) enquanto a tranche sênior é a mais segura, pois é a primeira a ser paga e a ser reembolsado, portanto, menor rendimento.

Ai eu fui procurar e achei esses aqui:
https://defillama.com/protocols/rwa

Eu fiquei pensando no potencial de usarmos esse sistema para substituir o sistema de empréstimo tradicional agricola por exemplo, pra financiar culturas. Agregando com protocolos de seguro descentralizado, acho que tem um potencial IMENSO.