Em outro tópico, o sabotag3x "previu" o surgimento de uma stable baseada em dólar + IPCA.
(...)
Prevejo o nascimento de uma stablecoin baseada no preço do dólar + IPCA.. ex: nasce 1:1, se tiver 1% de inflação no mês, vai para 1,01:1
Pessoalmente considero isso muito difícil pois não existem títulos IPCA+ nos EUA, indexados ao dólar. Então não tem como lastrear isso em nada confiável.
Isso numa primeira análise com meus conhecimentos do mercado financeiro internacional. Mas no Brasil isso é mais viável.
Mas uma outra proposta viável é uma stablecoin indexada por inflação. Por traz dela o lastro poderia ser em títulos do tesouro do tipo IPCA + N%, dos quais a gente repassaria o IPCA diretamente para o lastro, e o N% poderia ser convertido em lucro para os operadores da stablecoin.
Claro que isso é uma proposta bem abstrata ainda. Mas poderíamos usar esse tópico para desenvolver a idéia.
Problemas que eu vejo:
1- Capitalização inicial. Seria necessário um capital inicial suficiente para lançarmos moedas no mercado em quantidade suficiente para ela ser "útil".
2- Marketing e acordos comerciais. Um dos primeiros passos, antes mesmo do lançamento, seria conseguir que exchanges nacionais adotassem essa stable de alguma forma.
3- Forma de valorização. Penso que pode ser feita de duas formas:
a) diretamente no preço, com ajustes diários de acordo com o mercado de títulos públicos
b) através de "stake", com o token mantendo o valor pareado ao real, mas cada endereço receber periodicamente os "ajustes" de acordo com o rendimento do título.
Tem mais um problema também é o fato de títulos lastreados em IPCA + N poderem desvalorizar (como a garantia de pagamento de ICA + N é apenas no vencimento do título, em geral 3 ou 4 anos mais tarde, quando a SELIC sobre, o preço desses títulos cai para compensar a diferença entre o rendimento deles e da SELIC). no longo prazo isso se resolve, mas no curto prazo haverá um descasamento entre o valor da moeda e o do lastro. Isso é relevante, considerando que no longo prazo eles convergem? (não entendo bem esses mecanismos de reajuste de preço dos títulos, então se algum economista estiver disposto a explicar melhor, sou todo ouvidos)
Enfim, joguei a idéia e saí correndo. O que acham? É viável? Tem mercado? Se a idéia for pra frente, quem aqui topa me ajudar com isso? (em especial com as partes não técnicas).
O que você descreveu aí é basicamente o comportamento de um ETF de inflacao que segue o IMAB-5 (inflacao curta)
O problema é que títulos de inflacao só repõem a inflacao se levados até o vencimento, caso contrário são marcados a mercado, como você mesmo mencionou.
Você pode ler sobre ele aqui.
https://www.suno.com.br/artigos/imab11/Na prática esses títulos chegam a desvalorizar 10% quando a taxa cai 1%
Por exemplo, se você comprou ipca+4 para vencimento em 2030. Mas aí o governo fez merda (aumentou o auxílio brasil) e a capacidade de pagamento piorou. Daí agora o governo vende o mesmo titilo por ipca+5. Isso gera uma desvalorização de cerca de 10% no seu papel ipca+4 que você comprou anteriormente (afinal foi um mal negócio, pois o risco do país piorou).
Ou seja o seu papel ipca+4 será agora remunerado sobre ipca+5 mas sobre um montante menor.
Na prática você é remunerado sempre na taxa atual, mas o seu montante varia. Sendo que no vencimento você tem a taxa contratada.
Então na prática, título IPCA + são tudo menos "stable"