Aliás, tenho uma dúvida também. Há alguma explicação pro Satoshi ter escolhido uma criptografia menos segura para assinar transações do que a de geração de endereços? Causaria algum impacto negativo se ele tivesse escolhido a mesma ripemd para essa função? E o mais importante, se isso vier a se tornar um problema, dá pra ser resolvido de maneira fácil via softfork ou precisariamos passar por toda essa confusão que vemos agora em relação ao tamanho dos blocos?
Por partes. O ECDSA não é "menos seguro" que o ripemd. São coisas diferentes. Laranjas e bananas... O ECDSA é um sistema de assinatura criptográfica de chave pública, enquanto o ripemd é um sistema de hashing (espalhamento) criptografico. Um serve pra provar identidade, o outro pra provar autenticidade... (i.e.: o ECDSA prova que vc é você, enquanto o ripemd prova que uma informação confere com o original). Numa analogia de um cartório de notas, o ripemd é a autenticação da cópia, enquanto o ECDSA é o reconhecimento de firma.
Dito isso, não existia na epoca do satoshi (e ainda hoje não existe nenhum amplamente estudado e testado) qualquer esquema de assinatura de chave pública que seja resistente a computação quantica. Ele não teria como escolher um "mais seguro" a menos que inventasse ele na hora! Ele também sempre optou por NÃO reinventar a roda e usou sempre que possível algoritmos padrão.
Entendi, então a questão é limitação tecnológica mesmo. Então quando surgir uma criptografia melhor para a chave pública será tranquilo fazer o upgrade? Obrigado pela explicação
"tranquilo" não, mas basta um soft fork. Hoje já existem tecnologias de assinatura resistentes a computação quantica, mas todas elas usam chaves de tamanhos monstruosos se comparados com o ECDSA (se não me engano, a menor usa chaves de 32k bytes, contra 256 bytes da ECDSA). Com segwit isso pode deixar de ser um problema, mas hj significa que ao inves de 3 tx/segundo o bitcoin seria capaz de processar apenas uma tx a cada 43 segundos...