Não vejo dessa forma. Os preços não são contratos vitalícios com a moeda.
Quem vive no Brasil e vê os efeitos da inflação sabe bem isso. Basta ir num supermercado ao longo de míseros 3 meses que é impossível não sentir a variação dos preços.
O tomate varia por conta da relação oferta e demanda do tomate com o real. Quem tem 1 kg de tomate quer X reais, depois pode vir uma praga e ele pode querer 2X reais pelo mesmo 1 kg de tomate.
Tomate <> Real
Quando se fala nesse caso do Bitcoin, é oferta e demanda do Bitcoin com o dólar.
Tomate <> Bitcoin <> Real
Se o BTC cai 2x hoje, o tomate já custa 2x em Bitcoin, pois você na verdade custa ele em dólar e apenas converte para Bitcoin na hora.
Agora, se o tomate é produzido nacionalmente, o real pode cair 2x que o tomate segue custando o mesmo, PELO MENOS até que o produtor ache mais vantajoso exportar ele e assim a oferta no país cai, aumentando o preço. Claro que entram outras varíaveis, como possíveis custos em USD, etc... mas não é do dia pra noite.
E pelo menos foi isso que eu entendi da Disruptivas "ao invés de satoshi através do dólar", que deixa bem claro a situação do satoshi > produto e (dólar > satoshi) > produto.