Concordo em absoluto com a descentralização da produção de hardware. Temos na Europa uma das maiores empresas no campo da electrónica e não sei porque não há parcerias com eles para produzir miners na Europa e evitar alfândegas ridículas. A ST Microelectronics é uma empresa brutal e produz dos melhores chips que a indústria conhece! Eu próprio trabalho com alguns STM32 e são brutais! RPis, RockPros e tantos outros devices que usam chips desta empresa! Tenho pena que na Europa não haja mais concorrência à Bitmain!
As industrias acabam indo para os locais onde a atividade delas é mais lucrativa. Claro que é melhor que toda indústria tenha maior distribuição geográfica, mas na prática isso é inviável.
Aí na Europa muitos países tem problemas de geração de energia, outros tem energia abundante e exportam energia. Alguns outros tem clima mais frio o que é bom pra mineração, outros tem clima mais quente. Todo o ambiente regulatório também influencia.
Quando o assunto é tecnologia, é muito dificil concorrer com a California. Isso por que muitas das grandes universidade que formam muitos engnheieros de tecnologia estão lá, além da tradicao do vale do silicio.
Com certeza... A lei do mercado funciona, mas neste caso, acaba por penalizar a descentralização. Embora haja acções de alguns países que inadvertidamente até ajudam num ponto de vista. Ao banirem (ou tentarem banir) a mineração, os mineradores (donos das operações de mining) acabam por deslocarem as suas operações para outros locais. E também o caso do Cazaquistão que, senão me engano, era dos paízes com preço de electricidade mais baixo e de repente também decidiram taxar à bruta a electricidade que era usada para mining (salvo erro, já não me recordo se foi isto que aconteceu lá).
Ainda assim, sobre os gigantes tecnológicos, a ST Microelectronics está presente em dois ou três países, com grande representação.
Quanto à energia, a Europa acho que podia era reorganizar a forma como produz energia e canalizá-la de forma diferente. Em Portugal, por exemplo, há imensos parques eólicos, mas maior parte das vezes, as eólicas estão desactivadas. Ainda não percebi bem porquê, mas segundo consta, parece ter a ver com contratos celebrados entre os parque eólicos e a rede nacional, em que o contrato refere uma determinada potência e o parque eólico, se estiver a funcionar a 100%, produz mais que isso, e portanto há que desactivar eólicas. Ora, isto é um contrasenso! Não faço ideia como é nos outros países.
Outro exemplo é aqui mesmo a uns 15km de onde vivo, a maior companhia de electricidade portuguesa está a construir um gigante parque solar, com cerca de 100.000 painéis solares! Como se o monopólio já fosse pequeno, então toca de açambarcar mais mercado ainda! Mas baixarem os preços é que não. Isto para dizer que se calhar a Europa tinha mais capacidade para gerar energia, mas prefere estar dependente dos russos! Somos uns patos de merda e vamo-nos foder!
Sobre a questão da Califórnia, epá sim e não. A Europa também tem por exemplo o CERN onde estão bastantes mentes brilhantes. Temos algumas das Unis mais conceituadas mundialmente como Harvard, Cambridge e tenho a certeza que a Ásia não fica atrás. Agora sim, os EUA lideram (ou lideravam há uns bons anos atrás) em termos de tecnologia, embora nos últimos 10, 15 ou talvez 20 anos, a Ásia e principalmente a China tenha dado um rombo a isso com a mão de obra precária e produtos com qualidade muitas vezes comparável ao produto americano. Aliexpresses e ebays desta vida mudaram um pouco essa realidade!